Comunicação estratégica: fluxos e redes
Comunicação Institucional

Assessoria de imprensa 2.0 e a comunicação com a sociedade

Por: Isabela Pimentel26/out/2014
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Assessoria de imprensa é igual como acontecia na década passada? Na era digital, emitir releases de forma descontrolada e sem planejamento não é suficiente para que as organizações se comuniquem com a sociedade e estabeleçam um relacionamento sólido com a imprensa.

Para o  jornalista, relações públicas e doutor em Comunicação, Jorge Duarte*, com o advento das novas tecnologias da comunicação e informação, foi ampliada a capacidade de interação entre pessoas e grupos de interesse específicos, o que impactou diretamente na comunicação corporativa.

Uma nova assessoria de imprensa

“Foi preciso se adaptar à uma sociedade mais aberta, livre, informada e exigente. As tradicionais assessorias de imprensa, assim, começam a atuar, por exemplo, como produtoras de conteúdo voltado para uma audiência tanto mais especializada, como para influenciadores e a sociedade em geral.

Ou seja, ampliaram seu público, capacidade informativa e responsabilidade”, destaca. Na era da segmentação dos conteúdos em nichos, os jornalistas tradicionais compartilham espaços com um cidadão cada vez mais atuante e protagonista, interessado no conhecimento e disposto a debater as informações divulgadas.

Neste contexto, o objetivo das assessorias não pode ser apenas gerar notícia.

“As áreas de relacionamento com a imprensa são, cada vez mais, um tipo de produtora de conteúdo relevante para informação de interesse público e não somente para pautar e atender jornalistas da imprensa tradicional”, acrescenta.

Historicamente considerada um vetor de informação para a sociedade, a imprensa hoje precisa lidar com o desafio de ser estratégica para informar ao cidadão e incluir a produção de veículos direcionados especificamente a um ou mais públicos em sua pauta, pois a sociedade torna-se mais exigente e crítica e tende a buscar informação diretamente nas instituições.

“Assim, deve haver um bom diagnóstico de quem são os públicos, seus interesses e prioridades e de ações planejadas que muito provavelmente não passarão unicamente pela imprensa, mas por uma estratégia informativa que contemple mídias próprias e interação”, reforça.

Para Duarte, este novo contexto exige mudanças nas corporações para atender ãs demandas da imprensa, sendo um desafio assumir uma cultura de transparência e diálogo, resposta rápida e objetiva e dar acesso a conteúdo relevante para o público em um ambiente de fragmentação, velocidade, superficialidade e engajamento dos atores envolvidos.

“A própria definição de imprensa, hoje, é mais complexa, pois, na prática, pode incluir blogueiros e ativistas, produtos informativos nos mais diferentes formatos e não só a imprensa tradicional”, pondera.

Acesso à informação 

Com as leis de acesso à informação e valores como transparência, a comunicação pública também vem sendo bastante alterada.  Duarte considera que este avanço foi um passo importante na transparência dos serviços públicos para facilitar o acesso à informação útil. “Trata-se de uma etapa necessária e fundamental para garantir uma cidadania ativa.

Creio que foi um avanço muito significativo no conceito de que informação é um direito social capaz de facilitar a participação e o desenvolvimento. Um efeito é induzir à compreensão de que o objetivo da comunicação das instituições públicas deve estar a serviço do cidadão e não da própria organização”, analisa.

Em um momento de profundas transformações nas formas de comunicar e interagir, a comunicação digital, ao estabelecer uma nova plataforma comum para os diversos públicos, possibilita o surgimento de alternativas de participação nas questões coletivas, assim, a prática de uma comunicação eficiente e voltada para os interessados passa a ser, cada vez mais, fundamental.

O especialista recomenda que  a transparência ativa não seja praticada apenas em momentos de crise. “Não valorizar a área, nem incluir a comunicação no planejamento das políticas públicas e ações é um grande equívoco, assim como  não considerar comunicação e atendimento a jornalistas como parte do trabalho dos dirigentes e técnicos e não demandar estratégias e planos de atuação da assessoria”, conclui.

* Jorge Duarte também é professor de pós-graduação,  funcionário da Embrapa e atua na Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República. 

Texto: Isabela Pimentel

Imagem: Getty Image / Acervo Pessoal – Jorge Duarte /Movebla

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